terça-feira, 20 de abril de 2010

A Obra dos Inacabados

Mesmo em seu fim, o caído se juntará a aqueles que o maltratam e cairá novamente num céu desolado de perdição e desolação.
Sua mão é escura e uma pedra lhe cobre a cabeça de forma singular alterando-lhe a percepção da manhã.
Das profundezas da selva mais escura por entre as árvores antigas sob as montanhas do luar, o vento canta a melodia dos desesperados. Uma fumaça negra paira no ar saída de bocas ocultas no interior daquela terra. Os vermes se deleitam com seu odor e os insetos se contorcem em júbilo sob a luz cinzenta da Lua que penetra por entre os galhos velhos enquanto os gritos ensurdecedores de cem mil almas elevam-se na noite e as estrelas testemunham o nascimento da obra maldita dos desprovidos de consciência.
É dura a pobre maldição daqueles que não falam.
É maldita a deserção daqueles que não escutam.
Somos todos seus fantoches e a floresta nos encontrará.
Digam isto às bestas incrédulas do passado. Que sejam amparadas por sua cabeça degoladora de crianças e que morram sob a obra dos inacabados.

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