sábado, 17 de abril de 2010

Máquina

A Sombra da Máquina se estende pelo campo, atravessa as colinas e toca minha alma.
Seu som é como os gritos de bilhões de espíritos sendo quebrados, pois ela se alimenta de crianças.
Sim, ela quebra seus espíritos e usa seus corpos na produção de seu combustível hediondo.
Eu quero correr, quero fugir, mas não consigo. Já corri o mais longe que pude.
Estou cansado.
Só há uma saída agora. Uma única saída!
Mas o preço é muito alto, eu não posso pagar. Ainda não.
E enquanto estou sentado no verde gramado sob a sombra terrível da Máquina, sinto o vento frio que foge dela e ouço o rizo alegre daqueles que conseguiram pagar o preço da morte.
Como eu queria ir junto. Mas não consigo.
Ainda não.
Os gritos se aproximam a cada segundo.
Ela nunca conseguirá quebrar meu espírito, é por isso que doerá tanto.

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