segunda-feira, 28 de junho de 2010

Despersonalização (Dormência Mental)

Em psicologia e psiquiatria, a despersonalização é entendida como "uma desordem dissociativa caracterizada por experiências de sentimentos de irrealidade, de ruptura com a personalidade, processos amnésicos e apatia."
É um estado no qual a pessoa tem a sensação de estar "fora de si" como se estivesse em algum outro lugar controlando à distancia seu corpo e sua mente como um boneco.
É este estado que chamo de Dormência Mental, e acontece quando "tomamos consciência de nossa consciência".
Explico:
nosso mundo é dividido em objeto e sujeito: Objeto é tudo aquilo que podemos conhecer, isto é, as coisas das quais podemos ter consciência(coisas, pensamentos, espaço, tempo, sons, etc). Sujeito é aquele que conhece as coisas mas que nunca pode ser conhecido, é aquele que tem consciência daquilo que está "fora", do objeto, do universo.
O fato de dizermos "eu conheço tal pessoa" não significa que conhecemos aquele sujeito, pois este não pode ser encontrado, é o "eu" da pessoa, a consciência que só pode ser localizada no tempo e nunca no espaço. Apenas o sujeito pode ter uma leve ideia de si mesmo.
O que ocorre na despersonalização é um fenômeno (acidental ou proposital) no qual o sujeito "trapaceia" e toma consciência de si mesmo e, como só podemos ser conscientes daquilo que está fora de nós, ocorre uma ruptura, uma divisão da consciência em duas: uma que conhece e uma que é conhecida.
Daí vem a sensação de estar fora de si mesmo, e o desespero vem com a sensação de irrealidade pois neste momentos percebemos o quanto infundada e sem sentido é nossa mente e consciência. É como abrir as portas da percepção e ver como somos feitos de nada e o quanto estamos afundados em abstrações. De fato, neste momento percebemos que nada é concreto, nem espaço nem tempo, nem nada de nada.
É claro que no momento em que ocorre eu não tenho a capacidade de analisar tudo isso, já que a minha preocupação maior é a de voltar ao normal e perder toda essa consciência maldita. Toda esta analise vem depois quando penso sobre o ocorrido.
É a última saída da caverna rumo ao "deserto do real".

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Sobre a Memória e os Perigos das Dimensões Ocultas

Pouco pensamos na memória, e pouco é necessário antes que fiquemos perplexos.
Vejamos as coisas do seguinte modo: tudo nesta existência acontece (está acontecendo) simultâneamente. Aquilo que chamamos de passado são apenas informações no cérebro, o futuro podemos apenas imaginar e o presente é um espaço de tempo infinitamente pequeno entre estes dois, ou seja, também inexistente.
"Tempo", então, consiste em algo que não existe separando duas outras coisas que não existem. É portanto, inexistente.
De onde surge a ilusão de tempo?
A memória produz esta ilusão em nossa mente, fazendo nos acreditar que as coisas acontecem uma depois da outra. É uma maneira de organizar os acontecimentos do universo em nossa mente.
É uma coisa cósmica.
É muito difícil, talvez impossível para nós imaginar um universo sem tempo e o seguinte pensamento pode nos vir à cabeça: uma coisa cuja existência não tem duração nenhuma, isto é, zero, é para nós uma coisa que nunca existiu.
A noção de espaço e das três dimensões nos são fornecida pelos cinco sentidos, já a noção desta quarta dimensão chamada "tempo" nos é proporcionada pela memória que poderia então ser descrita como um sexto sentido através do qual sentimos a quarta dimensão.

Imagine se uma pessoa nasce com uma má formação no cérebro: ela não possui memória.
Do ponto de vista desta pessoa a sua própria existência "não existe", pois ela não sentiu nenhuma duração, nenhum tempo. Ela só pode existir do ponto de vista das outras pessoas que conseguem perceber uma dimensão que ela não consegue. Ela sequer tomaria consciência disso que chamamos de tempo.
Seu corpo reagiria aos estímulos de dor, frio, etc, mas essa pessoa não teria evolução em sua mente, não acumularia nenhuma informação em sua mente que ela pudesse chamar de passado. Seu corpo estaria à mercê de qualquer coisa que quisessem fazer com ela.
Esta pessoa teria mente?
...
O que nos leva à seguinte questão: e quanto às outras dimensões além do tempo que não podemos perceber?
Segundo os cientistas existem cerca de 10 ou 11 dimensões em nosso universo. Não é possível que hajam seres que percebam estas dimensões?
Para eles nós estamos vegetando.
Somos apenas marionetes em suas mãos.

dimensões


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pinturas de Wayne Barlowe

O artista Wayne Barlowe ficou famoso por suas pinturas de cenas e paisagens no inferno e em outros planetas.
Aqui vai uma pequena amostra de suas criaturas demoníacas:











Site oficial: http://www.waynebarlowe.com/

terça-feira, 15 de junho de 2010

Eu, o Erro de Uma Geração

Sempre tenho esta sensação de estar fora das coisas e de estar enganando as pessoas quando ando nas ruas. Sensação de estar sempre usando disfarces, tentando parecer semelhante a meus semelhantes.
Provavelmente isso vem dos tempos da escola na época de meus 5 a 18 anos(crianças e adolescentes podem ser mortalmente cruéis quando querem). Esta foi a época em que começou a pressão intensa em minha personalidade por aquilo que eu tinha que ser e tinha que fazer mas até hoje não consigo: não consigo me expressar como deveria, não consigo me sentir deveria, não consigo ver como deveria.
Por isso, evito conviver com as pessoas. Aquele monstro nascido nos tempos da escola entrou na minha cabeça, fez um buraco no meu cérebro e mora lá dentro até hoje. Ele se alimenta de vergonha, medo e constrangimento, mas eu não estou mais disposto a cooperar com ele.

Tendo dito isto,

acabou-se o tempo em que eu me iludia pensando que era melhor do que os outros. Hoje eu sei que se não vivêssemos nos tempos que vivemos eu nem sequer seria selecionado para sobreviver. Eu sou parte da falha dessa geração causada pelas constantes experiências da mãe natureza e também da sociedade, já que ambas em seus sistemas tendem a selecionar sempre os mais adaptados ao meio seja ele qual for.
Sei que se fossemos uma manada de zebras, por exemplo, fugindo da seca, eu seria um daqueles fracos e cansados que ficaria para trás servindo de alimento para os leões dando a oportunidade para os melhores fugirem.
Eu deveria ter sido selecionado naturalmente à extinção, no entanto aqui estou enquanto muitos dos fortes são exterminados nos becos da sociedade.
Sou apenas um fragmento do erro da evolução neste imenso jogo, não tenho nada do que me orgulhar.

Não digam que eu estou escolhendo o caminho mais fácil, não há nada mais difícil nessa vida do que aceitar a própria vida.
Afinal, fracos ou fortes, todos nós chegaremos sempre ao mesmo final.
Não nos afundemos em nossas ilusões.
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Ou tudo ao contrário...
Eu não sei de nada, só falo aquilo que me vem na cabeça.
Não existe verdade alguma nas coisas.