terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quem sou? Onde Estou?

Sempre à noite quando tento dormir, eu fico tentando parar de pensar.
(Tenho certeza que não sou o único.)
Noite passada, eu estava tendo pouco êxito em silenciar meus pensamentos, e como sempre, eles voltavam a todo momento.
Percebi que eu estava mandando uma parte de mim parar de pensar, mas esta parte queria continuar pensando e literalmente desobedecia às ordens desta outra parte que queria parar de pensar.
Ficou extremamente claro parar mim que eu não estou sozinho dentro de minha mente. Há uma grande variedade de pedaços que agem de variadas formas e entram em conflito entre si. Naquela noite eu concentrei-me e prestei bastante atenção e realmente vi que tem muitos dentro de mim, e em certo momento tive muito medo, pois não conseguia me achar no meio daquilo tudo. Será que eu sou só um desses pedaços, ou será que eu sou a junção de todos? Ou talvez tenha um escondido lá no fundo que seja o "eu" de verdade.
Será que estou aqui dentro mesmo?
Eu estou me sentindo aqui. Eu sinto a vida em si. Sinto minha própria vida.
"Eu penso, logo existo."
Mas será que sou eu mesmo que penso? Será?
Até onde tenho controle sobre minha mente?
É inútil que eu tente me controlar de qualquer forma, afinal, sou a soma de muitos, e nem faço ideia de qual deles possui algum controle, se é que algum deles o possui.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

As Luzes. Oh as Luzes!

Nada se compara à abundância de nossos dias sobre a luz da imensa criadora de nosso ser.
Ao menos por esta passagem instável que temos.
Subtamente nos vemos caindo no precipício de luz e escuridão que é o fim de nossa matéria e início de algo. Talvez sim, talvez não.
Podemos fazer nada. Temos nada em nossas mãos. Somos ratos correndo em círculos numa roda até que esta se enferruje e quebre. Então não podemos nada. Não temos nada e não somos nada.
Os verdes tornam-se escuros propósitos de caminhos misteriosos e coesões duvidosas. Não temos nada.
Borbulhantes são os caldeirões subterrâneos que existem sempre e sempre existem.
Nem nos damos conta.
São os senhores e não têm vida. Nós somos seus pensamentos, e lhe damos existência.
Oh preciosa Existência!
Podemos ver por onde quisermos, mas não queremos ver por onde devemos. Somos ratos correndo numa roda.
Ratos correndo numa roda.
Luzes passam sobre nossas cabeças, e os ventos escuros as levam para longe. Os ventos que sopramos com nossos pulmões poluídos e nossos estômagos cheios.
E nos enchemos até explodir. O vento leva as luzes embora para sempre. Para sempre.
E caímos na terra, e nos tornamos vermes no escuro.
As luzes foram embora para nunca mais voltar.