terça-feira, 21 de junho de 2011

O espírito é mortal, mas a matéria é eterna

A matéria de que é feita nosso corpo existe desde o "início" do universo e continuará a existir eternamente depois de nossa morte.
Nosso espírito, nossa consciência só existe neste pequeno espaço de tempo em que certos átomos estão reunidos de maneira específica para formar nosso corpo e nossa mente. Quando morremos eles se espalham novamente pelo universo e vão se unir a outros criando outras coisas e nossa memória se desintegra junto com matéria.
Morri.
Cem anos após minha morte, esta matéria que um dia foi meu cérebro, meu pensamento, minha mente e minha memória agora está espalhada em outros objetos e outros animais carregando (talvez) resíduos de minhas experiências em vida, mas o que eu realmente fui um dia nunca poderá ser recuperado.

sábado, 11 de junho de 2011

sábado, 4 de junho de 2011

O Cansaço

Às vezes eu me pergunto:
Por que eu estou dentro de mim e não dentro de outra pessoa?
Por que eu nasci eu e não nasci aquela pessoa do outro lado da rua?
Qual é a diferença entre o "eu" de duas pessoas?
Onde eu termino e você começa?
Será que se meus pais não houvessem me feito eu teria nascido de outro modo?
Minha mente divaga na ideia de que existe somente um "eu" e que ele existe ao mesmo tempo dentro de todas as criaturas conscientes. Quando um indivíduo morre, "eu" renasce em outro, mas não necessariamente numa época após essa morte, pois "eu" é atemporal e renasce na mesma época ou numa época passada ou numa época ainda por vir.
Eu é todos.
Eu sou e fui todas as pessoas e animais que existem, que já existiram e que existirão.
Isso explicaria o cansaço.
Isso explicaria a Solidão.

sábado, 28 de maio de 2011

Meu Mosntro

Quando criança, um monstro foi colocado dentro de mim.
Ele não me comeu por dentro, ao menos não fisicamente, pois ele é o monstro da repressão. Ele captura qualquer sentimento que ele acha que não deve sair no momento em que nasce e vai juntando todos eles bem apertados lá no fundo da minha cabeça e os come lentamente nunca deixando-os ver o mundo de fora.
Esses sentimentos são como uma droga para ele. Ele gosta de acumular esses sentimentos em seu corpo e ele fica cada vez mais eufórico e alucinado dentro de meu crânio escalando as paredes e aterrorizando pensamentos inocentes.
O alarme então dispara quando se empanturra de sentimentos reprimidos, quando não cabe mais nada em sua barriga, quando ele se perde e enlouquece num frenesi incontrolável e caótico aterrorizando todos os pensamentos e tudo o que entra em minha cabeça. O Caos se instala em todo meu corpo como se ácido estivesse corroendo minha mente.
O cérebro não suporta e me manda fugir. Eu corro desesperado pelas ruas gritando por ajuda, mas é uma fuga vã, pois o monstro está dentro de mim, enlouquecido e sedento. Onde quer que eu vá eu o levarei.
Ele fala comigo com sua voz fantasmagórica desprovida de linguagem.
Ele é aquele que não deveria ser.
O horror sem sentindo incorporado por uma criança.
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É tarefa de uma vida domar o monstro. É tarefa para duas matá-lo.

domingo, 15 de maio de 2011

Depressão

Acho que a humanidade só conseguirá ir adiante com tudo isso com a ajuda de antidepressivos.
O mundo está todo doente.
Eu sei que eu só consigo acordar de manhã e ir trabalhar por causa dos remédios. Não tenho motivação para nada, sei que não sou o único. Somos cada vez mais numerosos os seres humanos sem vontade de vida.
Minha geração é uma geração doente, e a próxima está se mostrando ainda mais doente.
Estamos numa época em que até a vontade é artificial, pois ela está acabando e está sendo envenenada igual às águas e o ar e as florestas.
Um mundo doente é resultado de uma civilização doente.

Pedra

Sempre houve e sempre haverá problemas.
Tentar resolvê-los é ilusão. Eles vêm em fila um depois do outro.
Não há vida sem problemas, essa é a angustia da existência, a angustia de possuir mente e vontade.
O sofrimento vem da luta da vontade contra o corpo, por isso, quanto mais desprovido de vontade, menos o ser sofre.
Uma pedra não precisa lutar contra nada. Quero ser uma pedra.
Ao invés de lutar contra a vida, tentarei deixar que ela simplesmente passe através de mim sem oferecer nenhuma resistência.
Estamos viajando no tempo sem precisar fazer nada.
O tempo está passando.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

A eternidade em dois instantes

Existem duas eternidades para cada um de nós: uma antes e uma depois de nossa vida.
Assim como nossa memória não existia antes de nascermos, ela também não existirá depois de nossa morte. A noção que cada um tem quando começa a "entender" a vida é a de que a eternidade antes de nós já aconteceu: um período infinito de tempo atrás que está todo pronto no instante em que se liga a memória.
Do mesmo modo, quando a mente se desliga e a memória acaba, toda a eternidade à frente se passará num único instante.
A memória é a corrente que nos prende ao Tempo e sem ela somos livres.
O curto tempo de nossa existência é infinitamente maior do que a Eternidade.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

vida...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Eu, a Mente

Qual é a relação entre a matéria e a mente?
Ainda hoje não se sabe a localização da consciência no corpo. É como se ela não estivesse em lugar algum, isto é, nós não estamos em lugar algum.
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Eu sou uma mente e não posso ser situada em nenhum lugar no Espaço (somente no Tempo) embora meu único meio de comunicação com as outras mentes é através deste Espaço, Tempo e matéria.
Cada um de nós é uma mente isolada das outras. Nunca podemos realmente transmitir uma ideia, um pensamento ou um sentimentos, mas apenas sinais de linguagem e padrões para que as outras mentes interpretem e assim reproduzam replicas destas ideias, pensamentos e sentimentos em seu entendimento. Fazemos o possível para que estas interpretações sejam o mais fieis possíveis ao original, mas no fim são outras ideias em outras mentes. Meras interpretações, meras representações.
Nunca poderemos realmente conhecer uns aos outros. Tudo que temos são estas interpretações, estas réplicas. Nunca conheceremos a "coisa em si".
Somos apenas mentes recebendo sinais e produzindo réplicas umas das outras, interpretando umas às outras, e nunca realmente nos conhecendo.
Uma pessoa que "conheço" é apenas uma interpretação armazenada em meu entendimento.
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Cada consciência é uma ilha ligada às outras através desta realidade que é nosso meio de comunicação, e nós somos Aqueles-que-Conhecem-e-que-Nunca-Podem-Ser-Conhecidos.
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"A mente é uma coisa estranha e maravilhosa. Não sei se ela será capaz de desvendar a si mesma. Todo o resto talvez: desde o átomo até o universo. Tudo, exceto a si mesma."
Trecho do filme "Invasion of the Body Snatchers- Os Invasores de Corpos"