Visão.
A luz bate num
objeto e é
refletida. Entra no olho e atinge o nervo
ótico que a transforma em impulsos
elétricos,
ativando um conjunto de
neurônios para formar a imagem no cérebro.
Em experiência num laboratório mostra-se um circulo a uma pessoa e um determinado padrão de
neurônios é
ativado, mostra-se um quadrado e um outro padrão
é
ativado. Assim, cada
objeto mostrado
ativa um diferente padrão de
neurônios.
Depois de
registrados os
padrões no computador, pode-se induzir artificialmente a
ativação dos
neurônios e fazer com que a pessoa veja quadrados ou círculos mesmo que eles não existam (todos os sentidos funcionam com este princípio).
Registrando-se, então, muitos padrões e definindo quais
neurônios funcionam em cada caso, poderíamos induzir no cérebro humano qualquer
objeto imaginável (ou até mesmo
objetos inimagináveis) e fazer a pessoa acreditar que aquilo realmente existe e, com número suficiente de dados, poderíamos não só fazer a pessoa ver, mas também ouvir e sentir coisas que "não existem".
É assim que funcionaria a
Matrix.
O que
concluímos disso é que não conhecemos nenhum
objeto, mas apenas representações de coisas que nunca poderemos saber como realmente são.
E o que assusta mais e nos leva à loucura é o pensamento de que nunca poderemos saber se o mundo que as outras pessoas
veem, ouvem e sentem é o mesmo que vemos, ouvimos e sentimos, isto é, nunca podemos saber como ocorre a representação na mente de outra pessoa.
É claro que se pode facilmente determinar que os
neurônios ativados são os mesmos em todas as pessoas que
veem um círculo, por exemplo e, mais fácil ainda, é perguntar para a pessoa "O que você vê?" e ela dirá: "Um círculo". Mas ao pensarmos mais profundamente, lembramos que, ao ver os
neurônios em simulações no computador ou ouvir a pessoa da experiência dizendo: "Isto é um círculo.", devemos ter em mente que aquela imagem na tela e aquela voz assim como a própria pessoa não passam de representações em nossa mente e não as conhecemos realmente. Essas coisas podem, na verdade, ser totalmente diferentes ou podem mesmo não existir! Isto se deve ao seguinte, os cientistas sambem que o cérebro produz estas representações do mundo, mas para onde ele as manda ainda é um mistério. As imagens são poduzidas e se espalham pelo cérebro e em algum momento elas encontram a consciência, mas onde e como isso acontece, ninguém sabe.
Nosso cérebro nos engana tantas vezes quando sonhamos, por exemplo, ou quando temos alucinações causadas por drogas, quem nos garante que ele não nos engana o tempo todo nos escondendo algo ou mostrando mais do que realmente existe?
Deparamos-nos com a maior solidão possível de ser
experimentada.
Pensamentos deste tipo têm seu lugar em
manicômios e, nesse caso, não devido a loucura, mas a lucidez em excesso.
Certas culturas entendem a consciência como um sexto sentido, ou sentido interno.
Imagine que uma pessoa tenha seus sentidos desligados um a um numa experiência: primeiro
olfato e o paladar, depois a audição, a visão e por fim o
tato. Esta pessoa continuaria sentindo seu "eu"? Continuaria tendo consciência? Onde está esse “eu”? Seria apenas uma ilusão?
Muitas perguntas e poucas respostas.
A pessoa sem sentidos certamente perderia toda a noção do espaço, e somente poderia se situar, mesmo que com dificuldade, no tempo. Daí diz-se que a consciência só pode ser localizada no tempo, e nunca no espaço.
O mestre
Schopenhauer defina o tempo assim: Cada momento só existe na medida em que aniquila o momento anterior para ser de novo rapidamente aniquilado pelo próximo.
Assim, o presente é um limite infinitamente pequeno (inexistente) entre passado e futuro e estes, por sua vez, não têm existência em si. Então o tempo se resume a uma coisa que não existe separando duas outras coisas que não existem...
A ilusão de tempo é causada pela memória que organiza as coisas numa certa ordem, e é somente dela que vem essa noção (ilusão).
Nada é realmente como nós pensamos que é.