quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Eu não sou quem penso

Quando nasci, eu não tinha qualquer consciência de meu corpo, ou do mundo. Meus olhos estavam fechados, e eu era puro. Uma alma inocente num corpo que acaba de chegar ao mundo.
À medida que o tempo passa, vou tomando consciência das coisas ao redor e de meu próprio corpo. Meus olhos abrem e meu cérebro começa a construir uma ideia do mundo. Ele está construindo um muro ao redor de minha alma pura. Este muro é chamado de ego, e ao longo de minha vida, ele esconde minha alma por completo.
E a construção continua quando começo a entender os sentimentos da mamãe e do papai. Eles ficam felizes quando faço certas coisas e triste quando faço outras coisas, então meu ego pega estas informações e se adapta a elas. É como se ele fosse um espelho que fizesse dentro do meu cérebro uma imagem abstrata do que vejo.
Esta construção continua por toda minha vida. Quando entro na sociedade, meu ego começa a se adaptar refletindo as ideias que as pessoas demonstram sobre mim. Se as ideias são ruins, meu ego fica abalado e me causa sofrimento, por não conseguir adaptar-se. O objetivo instintivo principal é o de se adaptar à sociedade.
Então o ego é a causa de todo meu sofrimento e angústia. Se olharmos fundo em nossos sentimentos vamos perceber que este ego é a causa de todas as nossas alegrias e tristezas, enquanto nosso verdadeiro "eu", nossa alma pura, continua lá dentro escondida enterrando-se cada vez mais no ego.
Então, crucifique o ego. Encontre sua alma, o seu início. Encontre você mesmo. Isso que pensamos ser, e´uma ilusão.
Mas cuidado, pois destruir o ego de uma vez, nos leva ao pânico, pois é como morrer. Mas se seguimos no caminho, atravessando o medo, encontraremos nossa alma.

No fim das contas, todas as religiões ensinam a mesma lição, mas cada uma com uma metáfora mais exagerada que a outra.

(Inspirado num trecho extraído do livro "Além das Fronteiras da Mente" e inspirado em experiência e reflexão pessoais)

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