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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
A mais completa solidão já experimentada
Música
Certa manhã, acordo-me de sonhos inquietos e encontro-me deitado comigo mesmo.
Isso mesmo, literalmente, lá estou eu espantado olhando para mim mesmo bem do meu lado ainda dormindo. Terei morrido?
Me levanto desesperado e penso em gritar por ajuda, mas vejo que é inútil. Não há mais nada a se fazer depois que se está morto.
Mas espere.
O que vejo agora é ainda mais perturbador. Vejo o outro eu que dormia acordar e se levantar sem se dar conta de minha presença.
Percebo então que não estou morto, mas apenas saí de mim mesmo.
Que sonho estranho e terrível. Tento, mas não consigo acordar dele.
Vejo eu mesmo andando pela casa e não parece que nada lhe falta.
Eu grito e ninguém me ouve, tento mover as coisas, mas ninguém me vê.
Que tipo de demônio entra no quarto das pessoas e as separa de si mesmas?
Que coisa horrível, o que será e mim? Esta é a mais completa solidão já experimentada.
Terei eu simplesmente me aborrecido de mim e me livrado de mim mesmo? Quando isso aconteceu? Não me lembro!
Tenho todas as minhas memorias, e o outro eu também parece ter. Nada mudou em nós.
Talvez eu seja simplesmente ma cópia daquele que penso ser eu, mas nada tenho a não ser suas memórias.
Talvez eu nunca tenha existido antes deste momento.
Tudo que penso que só é apenas uma cópia daquele que vejo alí.
.
Passa-se o dia, passam-se as semanas os meses e os anos.
E lá estou eu e aqui estou eu.
Vivo todos estes anos como um fantasma seguindo a mim mesmo.
Durante algum tempo eu tentava aparecer nas fotos, ou tentava causar interferência na tv para que me vissem. Tudo em vão.
Eu nada podia fazer a não ser ver a mim mesmo vivendo sem nunca saber de minha existência, sem nunca sentir falta de mim.
Se eu não sou eu, então o que sou?
.
Bom agora, depois de tanto tempo, decidi abandonar aquele que costumava ser eu e partir para outro lugar, pois aquele já não é mais eu. Somos "pessoas" completamente diferentes agora.
Não é "eu", agora é "ele".
Me pergunto se continuarei assim depois que ele morrer.
Não importa, já não sinto mais nada. Meu espírito está se esvaindo e eu sei que algum dia vou simplesmente desaparecer.
Um comentário:
Julieta
1 de janeiro de 2010 às 14:47
Magnífico! Meus adjetivos estão ficando escassos diante de suas reflexões! haha
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Quando era criança, eu vi de relance com o canto do olho. Virei-me para olhar, mas já havia ido. Agora eu não posso mais tocar, a criança cresceu, o sonho acabou.
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Magnífico! Meus adjetivos estão ficando escassos diante de suas reflexões! haha
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